Textura

Textura é a proporção relativa das partículas sólidas na massa do solo, ou seja, é a proporção relativa entre areia, silte e argila em um material de solo.

Na fração silte encontram-se os minerais primários e, eventualmente, secundários.

A fração areia é constituída basicamente por grãos de quartzo, podendo também ocorrer outros minerais como, por exemplo: mica, zircão, turmalina, magnetita, ilmenita, feldspatos, hornblenda, concreções, óxidos de ferro e sílica amorfa (fitólitos). As areias (e também os cascalhos) são quimicamente inertes e compõem o esqueleto mineral do solo.

As argilas, embora sejam as menores partículas do solo, são aquelas que apresentam a maior superfície específica, tendo importância fundamental nos fenômenos físicos e químicos que ocorrem no solo. Sobre isso, RESENDE et alli (2002) observam que quanto maior o teor de argila, para um mesmo tipo de argila, maior a área específica do solo e maior a intensidade de fenômenos como retenção de água, capacidade de troca, resistência à erosão e fixação de fósoforo.

A textura também interfere em diversos aspectos da drenagem dos solos. Solos arenosos são aqueles que apresentam a maior eficiência na transmissão da água, porém menor capacidade de retenção, pois possuem um grande volume de macroporos. Solos argilosos, tendem a formar agregados com grande volume de microporos, o que permite a retenção de grande quantidade de água por capilaridade; porém, a movimentação das argilas (expansão e contração sob efeito do umedecimento e ressecamento), favorece a formação de macroporos entre os agredados, facilitando que uma parte da água infiltrada drene com mais eficiência.

A tendência ao encrostamento também está relacionada à textura. Sob a ação do impacto das gotas de chuva, a estrutura superficial dos solos pode ser modificada, tendendo à formação de uma camada onde os sedimentos finos dispõem-se na forma de lâminas. O impacto das gotas causa a compactação dos finos e o selamento dos poros, dificultando a penetração da água. Nos solos argilosos essa tendência pode ser atenuada pela movimentação das argilas. O mesmo não acontece com a fração silte, decorrendo que os solos mais ricos em silte tenham uma tendência maior ao encrostamento.

No campo, a textura pode ser percebida pelo manuseio de amostras. Umedecendo-se uma porção do solo, trabalha-se com ela entre os dedos atentando-se para a sensação tátil.  

O manuseio de amostras é um bom método para se definir a textura do solo.

No material onde predomina areia, a sensação é de uma massa áspera e pouco pegajosa, com a qual não se consegue fazer pequenos rolos alongados. No predomínio da fração siltosa, a sensação tátil é de um material sedoso, semelhante ao talco, que pode formar rolos alongados que, no entanto, quebram-se facilmente. Quando há predomínio da fração argila a sensação é de suavidade e pegajosidade, moldando-se rolos que podem ser manuseados com facilidade, formando argolas sem que se quebrem.

Para uma análise mais detalhada, as amostras são levadas para laboratório, onde serão tratadas pesadas e separadas por um conjunto de peneiras calibradas. O peso do material retido em cada uma das peneiras é comparado com o peso do material tratado, definindo-se aí o percentual de cada fração.

Diagrama triangular simplificado utilizado para a classificação textural do solo.

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