Como acontece a invenção da filosofia e conseqüentemente o surgimento do discurso científico? A “verdade” migra de um momento mágico-religioso para um “reino” da razão, mas como isso acontece? O desenvolvimento da filosofia e da ciência (não necessariamente no mesmo caminho) vai provocar um debate que perdura até hoje: como buscar a essência das coisas em meio às transformações permanentes da natureza?
Na Grécia antiga se desenvolve uma visão que vivemos num mundo ordenado, cheio de figuras geométricas, na crença de precisão e exatidão que seriam características do universo. Essa visão chega até a invenção da física moderna, com Galileu e Newton, e ainda no racionalismo de Descartes que colocam a matemática num pedestal diante de sua perfeição e infalibilidade. Mas ficamos na dúvida: esse mundo é assim tão ordeiro e organizado como se supõem os pais da ciência moderna?
Para poder entender o desenvolvimento da ciência entre os séculos XVI e XVIII (e por que não dizer, dos séculos seguintes), resolvemos explicitar a função do mecanicismo, do racionalismo e do empirismo, influências fundamentais tanto na metodologia, quando na visão de mundo científica.
Ao criticar a visão mecanicista de mundo, cabe aqui a defesa da interdisciplinaridade como forma alternativa a uma visão autoritária e excludente da natureza.
Vamos estudar o trajeto que a ciência, desde a sua ligação com a filosofia até seguir na direção de seu próprio caminho e sua situação hoje, onde seu poder é questionado até pelos próprios cientistas.
Pretendemos colocar em questão o “cientificismo” e a “neutralidade científica”, que outrora foram pilares do discurso científico, mas se encontram hoje na berlinda.
Aqui pretendemos discutir o quanto é danoso o dogmatismo, tanto na ciência como em outras esferas da vida.